A ideia de organizar um congresso em torno das tradições académicas teve a sua génese durante uma conversa de café, e o que é certo é que já há algum tempo que os seus mentores pretendiam avançar com uma iniciativa deste género.
As conversas sucederam-se e o esboço inicial foi ganhando forma. Entretanto, o mesmo pensamento foi também germinando mais a sul, na planície alentejana. Assim sendo, e por grande coincidência, a Universidade de Évora teve o mesmo pensamento e antecipou-se, realizando de forma excelente aquele que se apresentou como sendo o I Congresso Nacional de Tradição Académica, e que decorreu nos dias 27 e 28 de Junho de 2003.
No rescaldo do congresso realizado por aquela universidade, a organização deste encontro apercebeu-se da sua responsabilidade em continuar um excepcional trabalho. Se antes a ideia já existia, agora não tinha outra escolha senão avançar. Durante três dias seguidos, desde as 8h até às 20h, o auditório do Seminário de Vilar (Porto) será palco de animadas dissertações e tertúlias sobre a temática académica. Importantes individualidades, desde professores a antigos estudantes universitários ainda ligados à academia, darão o seu contributo enriquecendo este acontecimento com as suas experiências e conhecimento. Este evento pretende abordar a vivência universitária de ontem, de hoje e de amanhã.
“Tradição Académica é Vida e Paixão” – este é o tema deste congresso. A organização quer oferecer mais do que dissertações sobre cada um dos assuntos. Pretende transmitir o sentimento especial do que é ser estudante através da vivência única que este meio oferece e do profundo amor que se desenvolve por uma academia.
A entrada no congresso, que se inicia amanhã e se estende até sábado, está aberta a todas as pessoas. Todavia, é obrigatório entregar a ficha de inscrição devidamente preenchida no balcão de registo.
A tradição volta para Guimarães, é o facto que se constata na Recepção ao Caloiro da edição de 2003. O programa de festas foi diversificado, de domingo até ao dia de hoje, data em que a recepção é oficialmente encerrada.
Principiou domingo com a missa de benção ao caloiro e com a serenata que fez soar acordes no Paço dos Duques, em Guimarães, e finaliza esta tarde com a tradicional latada nos dois pólos da Universidade do Minho. Entre uma e outra, uma grande noite manifestou-se e outra espera-se no Pavilhão Multiusos, no berço de Portugal, com sons de vários tipos e gostos.
Os estudantes agradecem e os vizinhos endoidecem
A noite de ontem foi preenchida com os enigmáticos Blasted Mechanism. Os portugueses faziam parte das expectativas dos estudantes que os receberam com bastante ansiedade. Contudo, não foram somente os Blasted que provocaram eco nesta madrugada. Wipeout e a Tuna Afonsina, que abriu a noite, também fizeram cansar as muitas dezenas de estudantes presentes.
Para a noite de hoje, o programa agenda timbres e acordes de dimensão diferente com Zé Zé Fernandes, Micaela e os invariáveis e originalíssimos Neurónios Abariados.
Mas nem só de música se celebrou a Recepção. Segunda-feira os universitários puderam desfrutar de um retiro na Penha pela quantia de dez euros, incluindo provas radicais para os mais aventureiros. Ontem, os caloiros foram abençoados pelas águas das piscinas da Rodovia, realizando mais um “Caloiro de Molho”. O dia de hoje apadrinha mais uma latada que, certamente, provoca um alegre rebuliço pelas ruas bracarenses.
AAUM prepara surpresa
Agradados com as festividades aos novatos, os estudantes do pólo de Braga, apenas reclamaram a ida a Guimarães para gozarem a Recepção. “A chatice é a deslocação para Guimarães”, sustenta Liliana Magalhães, do 4º ano de Comunicação Social. Apesar dos transportes serem gratuitos, Ana Dias, de Biologia-Geologia, reforça que “é mau estarmos sujeitos aos horários dos autocarros”.
Autocarros à parte, as celebrações aos caloiros têm prosseguido com sucesso. De momento, anseia-se pela chegada da próxima semana pois, segundo apurou o Semanário Académico, a Associação Académica da Universidade do Minho tem em mãos alguns preparativos para uma surpresa.
Joana Filipa Soares
Este programa facilita o acesso de ambas as instituições a universos de alguma forma distintos daqueles com que cada instituição opera em termos das suas actividades ditas normais. A aproximação do ensino universitário civil ao ensino universitário militar traz, desta forma, novas mais-valias a ambos os lados.
Há seis anos deu-se início a uma inovadora e frutífera relação entre a Academia Militar e a Universidade do Minho. O protocolo visava a troca de experiências e conhecimentos entre as duas instituições, através dos cursos “Sociedade de Informação”, ministrado na Escola de Engenharia da UM, no pólo de Guimarães, a 20 cadetes da Academia, e “Liderança”, frequentado pelo mesmo número de alunos da UM, nas instalações do Centro Militar de Educação Física e Desportos, em Mafra.
Os cursos realizaram-se entre os dias 15 e 26 de Setembro, tendo sido objectivo do primeiro curso a realização de um projecto informático e o desenvolvimento da criatividade e capacidade de trabalho em grupo. Para além disto, os cadetes apresentaram, na cerimónia de encerramento, a recente “webpage” do Grupo Disciplinar de Preparação e Treino Militar, que foi indexada ao site do Estado Maior do Exército no início deste mês de Outubro.
Já aos alunos da UM foi proposto o desenvolvimento de competências comportamentais ao nível do relacionamento e da liderança de equipas (autoconfiança e autocontrolo, persuasão, tomada de decisão, etc.). À teoria juntaram-se exercícios de projecto e planeamento, provas de situação, orientação, transposição de obstáculos e treino físico. Os alunos da UM foram acompanhados, este ano, por 5 alunos da Universidade de Évora.
O protocolo viu-se reforçado na cerimónia de encerramento dos dois cursos, realizada no Largo do Paço. Além da referida apresentação dos trabalhos desenvolvidos pelos alunos, dos discursos e entrega de diplomas, fez-se a apresentação dos cursos para oficiais e docentes, que decorrerão entre 4 e 6 de Fevereiro.
Desta feita, os cursos “ Estágio de Liderança” e “Estágio de Sociedade de Informação”, serão frequentados por dez professores da UM e dez oficiais da Academia Militar, respectivamente. Assim, a permuta entre as instituições deixa de ser unicamente para alunos e cadetes e entra no campo científico- pedagógico.
Para os alunos da Universidade do Minho interessados no curso, as candidaturas estarão abertas no mês de Março.
Joana Costa
j-c@portugalmail.com
