A lista A, liderada por Jorge Cristino, venceu as eleições para a presidência da Associação Académica da Universidade do Minho. Esta vitória foi, de certo modo, folgada, uma vez que a lista A obteve 59% dos votos enquanto a lista B apenas conseguiu 34%. Os restantes 7% distribuíram-se entre votos brancos e nulos.
“Em primeiro lugar fiquei bastante surpreso com o resultado”, estas foram as palavras de Cristino depois de conhecido o resultado de um dia de votações. Quanto aos números obtidos o novo presidente da AAUM considera que “para a lista concorrente foi também uma vitória”. Jorge Cristino aproveitou ainda para “felicitar o outro candidato pela sua postura e pelo seu saber estar em todo o processo eleitoral”.
Aparentemente satisfeito com este desfecho de todo o processo eleitoral, Cristino revela que “este resultado dá à equipa mais confiança para continuar o excelente trabalho, solidificar a boa gestão e levantar projectos de médio longo prazo”. Agora está na altura de se pensar em trabalho e no cumprimento de um novo mandato que se inicia já em Janeiro. O novo representante dos estudantes da UM refere que “o facto de agora ser presidente não me faz subir em poder mas sim em responsabilidade”.
Quando questionado sobre quais as primeiras iniciativas a tomar, Cristino mencionou que começariam por realizar a reorganização interna a que se propuseram. Realizar todos os contactos com os alunos (Delegados, Núcleos, Grupos Académicos, REOGUM, e Cabido de Cardeais) é outro dos objectivos desta nova equipa. Posteriormente, pretende-se “realizar com alguma celeridade, mas com seriedade o Plano de Actividades" para apresentar até meados de Fevereiro ao Conselho Interno. "Depois será cumprir o programa enquanto se formam novos dirigentes associativos”, descrição feita pelo novo presidente da AAUM. São de salientar ainda os “grandes projectos” como a construção de uma nova sede para a AAUM, o Projecto Acrópole, o “Gatódromo” e o Cartão de Sócio da AAUM. É importante referir que a credibilidade da imagem da AAUM estará sempre em voga em todas acções empreendidas por esta. A representação dos estudantes da academia minhota será o ponto forte “para elevar a academia ao mais alto patamar a nível nacional”, declarou Jorge Cristino.
Mais uma vez, o dia de eleições para a AAUM ficou marcado pela fraca afluência dos estudantes às urnas. Num total de 14 mil alunos, apenas 2300 cumpriram o seu dever de voto. De salientar que foram os estudantes do pólo de Azurém que mais votaram, colmatando-se assim a ideia exposta por Jorge Cristino na entrevista que deu ao Académico na passada edição.
“Quanto à abstenção, acho que o objectivo ficou por concretizar. Encaro como uma derrota não se ter chegado aos 20% de votantes, mas tudo faremos para que os alunos da UM se tornem mas participativos. É claro que o próximo Presidente da Mesa da RGA tem uma papel fundamental e apelaremos sempre que necessário”. Esta foi a reacção de Cristino após ter conhecido o número total de votantes. Em todo o caso, há que enaltecer o facto de o número de votantes ser superior ao do ano transacto, até porque nessa altura foram três listas a concorrer à presidência da AAUM.
É importante consciencializar os estudantes de que todo o voto é importante e que pode até ser decisivo. É um dever cívico, mas é também um direito, é uma opção, é o direito à democracia e ao poder de decisão de cada um.
Carlos Almeida promete oposição atenta
No rescaldo das eleições para a direcção da Associação Académica da Universidade do Minho, Carlos Almeida, que encabeçou a lista B, explica o que falhou do seu ponto de vista, e ainda o que de positivo se conseguiu com esta candidatura.
Apesar de considerar ser “um resultado que não surpreende”, o líder da lista B admite que “não esperava tanta diferença”, argumentando que “esperava que a votação em Guimarães equilibrasse as coisas”.
Para o candidato representante do MULA (Movimento Universitário de Luta Académica), os principais aspectos negativos prenderam-se com o facto de ter havido “muito pouca participação" por parte dos alunos, lembrando ainda que a taxa de abstenção rondou os 80%, muito pelo desconhecimento dos projectos que apresentaram candidatura. Carlos Almeida diz que seria necessário que todos aqueles que têm direito de voto conhecessem realmente cada uma das candidaturas, de forma a que lhes fosse possível tomar uma posição, em vez de se refugiarem na abstenção, que não é benéfica para nenhuma das partes envolvidas no sufrágio. Resumindo os aspectos negativos, há uma evidente “falta de valorização das eleições”.
Apesar da derrota, Carlos Almeida prefere enaltecer os aspectos positivos resultantes desta experiência. “Foi uma vitória pelo contacto com os estudantes”, refere, assim como pelo facto de ter “aumentado o número de votantes”. Estas eleições também foram importantes para reforçar e projectar ainda mais a imagem do MULA como movimento de defesa dos estudantes, criando bases para futuras candidaturas para as quais é fundamental a experiência que só é possível adquirir no terreno, agindo e intervindo. A vitória no IEC não passou desapercebida ao líder da lista B, segundo o qual esta “mostra que no local onde os alunos têm mais queixas em relação à AAUM, os resultados são diferentes”.
Os projectos a curto prazo passam por manter a oposição em relação à direcção da AAUM: “Vamos continuar atentos para mais tarde podermos alterar a situação”.
Para a lista vencedora, Carlos Almeida deixa dois conselhos, “que cumpram aquilo a que se propuseram e que, acima de tudo, saibam valorizar os votos obtidos”.
As últimas palavras são de “apreço e gratidão” a todos os que apoiaram esta candidatura, uma candidatura que desde muito cedo extravasou os limites do MULA.
Por Rita Ramoa e Paulo Gomes
